Localização
Viseu (Distrito)
Investimento
3.228.470,69 €
2019

Recuperação Ambiental da Área Mineira de Picoto

Em curso

A antiga área mineira do Picoto localiza-se na freguesia de Vilar Seco, concelho de Nelas, distrito de Viseu. A povoação mais próxima, Vilar Seco, encontra-se a cerca de 1.100 metros a Sul da mina.

A exploração deste jazigo foi efetuada entre 1917-1921, para a obtenção de rádio, através de dois céus abertos. O céu aberto maior tem aproximadamente 160 m de comprimento, 7 a 10 m de largura e talude máximo de 7 m. O céu aberto menor tem aproximadamente 40 m de comprimento por 15 a 20 m de largura e 10 a 15 m de altura máxima.

A segunda fase de exploração, entre 1950-1953, realizada para a obtenção de urânio, constou de trabalhos subterrâneos com abertura de um primeiro poço com cerca de 23 m de profundidade, poço mestre nº 1, e galerias de cerca de 150 metros. Foi aberto um segundo poço mestre nº 5, com 54 m de profundidade e galerias com cerca de 85 m. As cortas apresentam-se instáveis, com sinais evidentes de vários desmoronamentos ao longo do tempo. O mesmo acontece com as galerias cujas entradas se encontram semi-obstruídas com materiais dos hasteais e teto.

Esta antiga área mineira foi objeto de duas intervenções de segurança, a primeira em 2009 que consistiu na selagem de duas galerias em flanco de encosta bem como do poço mestre, e a segunda em 2011 para colocação e reparação de vedações.

Em 2019, foi dado início à recuperação ambiental desta mina, em conjunto com as de Ribeira do Bôco e Canto do Lagar.

Os objetivos para esta área mineira passaram por garantir:

  • A remoção faseada das escombreiras e áreas de limpeza adjacentes e subjacentes para as cortas CA1 e CA2;
  • A cobertura do céu aberto CA1;
  • A modelação das áreas saneadas e recuperação paisagística;
  • A selagem e colocação de vedação nos poços e galerias.

Este projeto cumpre, igualmente, com os requisitos hidroquímicos e radiológicos internacionalmente aceites, sendo objetivo pós-remediação, em relação aos primeiros, a obtenção dos valores estabelecidos na legislação nacional (Decreto Lei nº 236/98) e comunitária. No caso de U e 226Ra, na ausência de legislação específica, tomaram-se os limites consignados nos EUA e no Canadá para estes elementos. Relativamente aos requisitos radiológicos, toma-se como objetivos pós-remediação o valor de referência da radiometria do fundo local, próximo dos 250 c.p.s.. Estes valores asseguram com elevado nível de segurança uma dose máximo de 1 mSv/ano acima do fundo local (medido por cintilometria com equipamento SPP2).

O investimento realizado foi co-financiado pelo Fundo de Coesão e permitiu resolver os passivos ambientais resultantes da exploração mineira neste local, trazendo benefícios para as populações locais, através da melhoria das condições atuais e utilização das áreas recuperadas para outros usos.

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