A FPI é uma das mais importantes províncias metalogenéticas do mundo para jazigos de sulfuretos maciços de metais base associados a rochas vulcânicas e sedimentares, prolongando-se entre Grândola e Sevilha, ao longo de uma faixa com cerca de 250 Km de comprimento e 60 Km de largura, a que equivale uma área de aproximadamente 12.500 Km2.
A área do Rosário localiza-se no setor central da Faixa Piritosa Ibérica (FPI) e abrange grande parte do antiforma do Rosário, onde ocorrem as principais unidades geológicas desta província metalogenética. As principais unidades geológicas presentes no antiforma do Rosário são:
- Grupo Filito-Quartzítico (PQ), de idade compreendida entre o Givetiano inferior-Fameniano superior, constituído por filitos, siltitos, quartzitos e quartzovaques;
- Complexo Vulcano-Sedimentar (CVS) de idade Fameniano superior-Viseano superior. Este Complexo é constituído predominantemente por rochas vulcânicas ácidas, básicas e em menor quantidade intermédias, intercaladas numa sucessão sedimentar de composição variada formada principalmente por xistos pelíticos de várias cores, xistos siliciosos, siltitos, jaspes e chertes. A área do Rosário é constituída maioritariamente por rochas do CVS;
- Sobre o CVS depositaram-se sedimentos turbidíticos de fácies tipo flysch (xistos, grauvaques e alguns conglomerados), com vários quilómetros de espessura que compõem o Grupo do Flysch do Baixo Alentejo (GFBA) representado nesta área pela formação de Mértola de idade Viseano superior-Serpukoviano.
O dobramento Varisco regional deformou esta sequência tendo originado um antiforma de direção NW-SE com eixo a inclinar para SE e vergência para SW. Este dobramento é também responsável pelo desenvolvimento de cavalgamentos com vergência para SW que são responsáveis pela imbricação e empilhamento das unidades geológicas o que leva à repetição da sequência litoestratigráfica.
Trabalhos recentes indicam que a sequência litoestratigráfica presente na área do Rosário é equivalente e correlacionável com a que está identificada na mina de Neves Corvo. Foram reconhecidas no Rosário unidades vulcânicas e xistentas com idade e características semelhantes às que ocorrem na mina e que se associam à mineralização. Foi também identificado um carreamento que se poderá correlacionar com o carreamento de Neves Corvo. Este carreamento assume especial importância pois na mina corresponde ao horizonte abaixo do qual ocorre a mineralização.
Na área do Rosário, junto ao limite NW, situa-se a mineralização de sulfuretos maciços do Montinho que se caracteriza pela ocorrência de várias massas de pequena dimensão e foi explorada na primeira metade do século XX. Próximo do contacto do CVS com a formação de Mértola e no interior do CVS conhecem-se dezenas de ocorrências de manganês hospedadas no horizonte de xistos borra de vinho e jaspes. Muitas destas ocorrências foram exploradas no passado destacando-se as minas de Ferragudo e Filipeja pela sua dimensão. Conhecem-se ainda algumas mineralizações de Bário em falhas tardi variscas que podem ter associadas mineralizações de chumbo. Estas falhas podem também ser portadoras de mineralizações de cobre.